PESSIMISMO

Vergonha de ser brasileiro atinge maior nível desde 2017

Por | da Redação
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Reprodução de vídeo/@0xWhalest

A percepção dos brasileiros sobre o país piorou nos últimos anos. Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (13), o orgulho de ser brasileiro caiu de 83% em 2023 para 74% em 2025, enquanto o número dos que sentem mais vergonha que orgulho da nacionalidade subiu de 16% para 24% no mesmo período.

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O levantamento mostra ainda um avanço no pessimismo. Atualmente, 50% dos entrevistados se dizem pessimistas em relação ao Brasil, índice que era de 47% no ano ado e de 41% em 2020. O otimismo também recuou: caiu de 35% para 31%.

O instituto ouviu 2.004 pessoas em 136 municípios nos dias 10 e 11 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

O menor nível de orgulho nacional registrado pelo Datafolha foi em junho de 2017, quando o país enfrentava tensões políticas após o impeachment de Dilma Rousseff e os desdobramentos da Operação Lava Jato. Naquele ano, só 50% disseram ter orgulho da nacionalidade. Já o pico foi em 2010, na reta final do segundo mandato de Lula, com 89% dos brasileiros se declarando orgulhosos.

O sentimento atual também varia conforme a preferência política. Entre os que votaram em Lula em 2022, 85% afirmam ter orgulho do país; entre os que declaram intenção de votar nele em 2026, o índice sobe para 88%. Já entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, 65% dizem ter orgulho da nacionalidade, enquanto 33% afirmam sentir vergonha.

Regionalmente, o Sul apresenta os menores níveis de orgulho (68%), seguido pelo Sudeste (71%). Norte, Nordeste e Centro-Oeste empatam com 78%.

A pesquisa também mediu o sentimento em relação ao presidente Lula. A maioria (56%) diz sentir mais vergonha do que orgulho do mandatário, que conta com 40% de aprovação nesse quesito. O índice é mais negativo entre evangélicos (69% têm vergonha), enquanto entre os católicos há divisão: 50% de desaprovação e 47% de apoio.

Na comparação com 2005, o cenário se inverteu. Na época, mesmo com o escândalo do mensalão, Lula tinha 54% de aprovação emocional e 36% de reprovação.

A escolaridade também influencia a percepção sobre o presidente: 55% dos que têm até o ensino fundamental sentem orgulho, contra 34% dos que cursaram o ensino médio e 36% dos que têm diploma universitário.

Além disso, cresceu o medo do futuro. Em 2025, 63% dos brasileiros afirmam temer o que vem pela frente: o maior nível já registrado pela série histórica. Em 2020, esse índice era de 57%.

O estudo também mostra que a maior parte da população associa o momento atual a emoções negativas. Insegurança (73%), desânimo (64%) e tristeza (63%) lideram os sentimentos, superando segurança (26%), animação (35%) e felicidade (34%). Apenas a esperança se aproxima do equilíbrio: 45% contra 54% de medo.

A polarização política continua influenciando diretamente a forma como os brasileiros enxergam o país. Entre os eleitores de Lula, 47% dizem estar otimistas; entre os apoiadores de Bolsonaro, apenas 18% compartilham desse sentimento. Já a raiva é predominante entre os bolsonaristas (68%) e também alta entre os lulistas (37%).

*Com informações da Folhapress

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